Assim que desembarquei, nos encontramos, conversamos por alguns instantes e, logo em seguida, ele me deixou em um pequeno hotel, próximo ao aeroporto, chamado “Fórmula 1”, onde não havia restaurante, nada para comer. Andei pelas redondezas e nada encontrei. Um pequeno detalhe: eu não falava palavra alguma em inglês.
No dia seguinte, o pastor Chagas retornou e me levou até uma igreja em Bez Valley, onde, até algumas semanas antes, ele fazia cultos regularmente. Após me mostrar o lugar, as condições, os bancos e o som, ele me perguntou se eu gostaria de alugar o imóvel com tudo o que estava dentro e começar imediatamente o trabalho na África do Sul. Embora o local fosse pequeno, era bem organizado. Isso parecia um sonho para mim, pois eu havia acabado de chegar e tudo já estava pronto. Mesmo parecendo bom demais para ser verdade, aceitei imediatamente. Telefonei para o Bispo Macedo, que ficou bastante animado e prometeu-me enviar, nos próximos dias, um pastor norte-americano chamado David.
Alguns dias depois, já com a família e com o pastor David, nós começamos a trabalhar. Então, descobri que o local onde a Igreja estava localizada parecia um verdadeiro deserto. Ninguém passava na rua e as pessoas, a maioria branca, não saíam de casa. Mesmo assim, começamos a evangelizar de porta em porta. Lembro de várias vezes ficarmos na porta da Igreja e, quando avistávamos uma pessoa ainda ao longe, nossa expectativa era que ela estava atendendo ao nosso convite. Porém, a maioria passava direto. Descobrimos, então, que o pastor Chagas havia desistido daquele lugar para trabalhar em La Rochelle, onde havia uma grande concentração de portugueses. Não nos abatemos. Continuamos o trabalho e, após algumas semanas, colocamos testemunhos com o endereço da Igreja em um jornal português. A partir daí, pessoas chegavam de todas as partes. Lembro-me de um domingo pela manhã quando um carro estacionou e nele estava o Dr. José Guerra e toda sua família, que, por sinal, permanecem na IURD de Maputo até hoje. Eles foram através do testemunho no jornal.
A Igreja em Bez Valley estava se desenvolvendo, já tínhamos reuniões com todos os lugares ocupados. Mas sabíamos que a África é um continente negro. Em uma ocasião, por convite do Dr. José Guerra, fomos a Maputo, em Moçambique. Era o maior cinema da cidade e lá realizamos uma Concentração de Fé para mais de 3 mil pessoas. Algo ficou marcado nessa reunião: no momento da oração, precisamos parar, pois parecia que a maioria estava manifestada com demônios. Para ajudar aquelas pessoas, só havia eu, um pastor e nossas respectivas esposas. Observei, então, que o Dr. Guerra estava gravando o culto. Imediatamente, virei para a câmera e fiz um apelo para que quem assistisse ao vídeo no Brasil fosse tocado para lutar em favor daquelas almas. O interessante é que até hoje eu encontro pastores, na época obreiros, que foram tocados e tomaram a decisão de servir a Deus naquele momento. Outro fato importante foi em relação ao dízimo. Os envelopes não foram suficientes e ninguém queria ir embora sem eles. Havia uma sede naquelas pessoas de fazer o que estava sendo ensinado.
Bispo Gonçalves
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