22 julho 2010

O Ferreiro

...Era uma vez um ferreiro que, após uma juventude cheia de excessos resolveu entregar a
sua alma a DEUS. Durante muitos anos serviu a DEUS com afinidade, mas, apesar de toda sua dedicação nada parecia dar certo na sua vida. Muito pelo contrário seus problemas e aflições acumulavam-se cada vez mais.
Uma bela tarde um amigo que o visitara, e que se compadecia de sua situação difícil, comentou: "É realmente estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem temente a DEUS, sua vida começou a piorar e os seus problemas aumentaram. Eu não desejo enfraquecer a sua fé más apesar de toda a sua crença e preocupação com o mundo espiritual eu percebo que nada tem melhorado" disse o amigo. (fez-se então um silêncio). Pois o Ferreiro já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que acontecia em sua vida. Entretanto o Ferreiro não queria deixar o amigo sem uma resposta, e, começou a falar e dar uma explicação para o amigo.
E assim respondeu o Ferreiro ao amigo ... "Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e preciso transforma-lo em belas espadas! Primeiro eu aqueço a chapa de aço num calor infernal, até que fique vermelha. Em seguida sem qualquer piedade eu pego o martelo mais pesado e aplico golpes até que a peça adquira a forma que desejo. Logo em seguida eu a mergulho num balde de água fria, a oficina inteira se enche com o vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de temperatura. Tenho que repetir esse processo até conseguir a espada que tanto desejo, repito isso varias vezes."
(outro silêncio), continuou o Ferreiro ...

"As vezes, o aço que chega até as minhas mãos não consegue aguentar esse tratamento. O calor, as marteladas e a agua fria terminam por enchê-lo de rachaduras, e eu sei que jamais se transformará na forma de uma boa lâmina de espada. Então, eu simplesmente a coloco no monte de ferro-velho que você viu na entrada da oficina"
(mais um silêncio) e o Ferreiro concluiu ao amigo.
"Sei que DEUS sabe que tenho provado do fogo das lutas e aflições da vida.
Tenho aceito as marteladas que a vida tem me dado, e às vezes sinto-me tão frio como a água que faz o aço sofrer."
Mas a única coisa que peço é:
"Meu DEUS não desista, até que eu consiga tornar a forma que o SENHOR espera de mim, tente da maneira que achar melhor, pelo tempo que quiser. Mas ... Jamais me coloque no monte de ferro-velho das almas".

O SENHOR E O SERVO - BISPO MACEDO


Para que se tenha uma ideia apropriada do relacionamento entre o Senhor Jesus e os Seus servos é preciso voltar às origens do relacionamento humano entre os senhores e os seus servos.
Desde os tempos mais remotos, a única diferença entre o servo e o animal de carga era que um possuía razão e o outro não. De fato, a pessoa serva ou escrava não tinha a livre disposição da sua própria personalidade e bens. Ela não tinha nem o mínimo direito de expor ao mesmo a sua personalidade, quanto mais satisfazer aos seus caprichos.
Naqueles tempos, havia várias formas de se impor às pessoas a condição de escravas ou ser vas. As mais comuns eram:
Primeiro – Através da compra. Os servos eram adquiridos por um valor, como se fossem um objeto qualquer, e passavam a ser propriedades daqueles que os compravam. Nesse caso, estão enquadrados os verdadeiros servos do Senhor Jesus Cristo, pois foram comprados, não por di nheiro, mas pelo Seu precioso sangue. Podemos compreender melhor quando o apóstolo Paulo diz: “Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” 1Co 6.20. Também o apóstolo João diz: “Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o Teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra” Ap 5.9,10. Quer dizer: o sangue do Senhor Jesus foi o preço para nos tirar da condição de escravos do inferno para a futura condição de reis e sacerdotes para Deus.
Segundo: Com imposição política. Nesse caso, os prisioneiros de guerra eram feitos escravos.
Terceiro: Por nascimento. Os filhos nascidos na casa de pais escravos, legalmente tornavam-se, automaticamente, escravos. A ideia aqui é que os filhos daqueles que têm servido ao Senhor Jesus venham servi-Lo também. O fato de muitos filhos de servos não estarem também na condi ção de servos é porque a personalidade de seus pais não tem sido adequada a do servo bom e fiel. Quando o servo é bom e fiel, então, os seus filhos também serão servos, bons e fiéis.
Quarto: Como restituição. Se o ladrão não tivesse com que restituir o roubo e pagar seus danos, ele podia ser vendido como escravo.
Quinto: Por falta de fundo para pagar a dívida. A pessoa que não tinha com que pagar a sua dívida era forçada a vender os filhos como escravos ou então os filhos eram confiscados pelo credor. O próprio devedor falido, bem como a sua esposa e filhos, comumente se tornavam es cravos do credor. O importante é que a dívida tinha que ser paga, não importando o sacrifício que teria que ser feito para isso. O caso da viúva que veio até o profeta Eliseu é um exemplo disso (2 Reis 4). De acordo com a lei mosaica, um escravo hebreu precisava trabalhar por 6 anos para ter direito a sua liberdade. E, então, o seu senhor era obrigado a lhe dar alguma recompensa para que ele pudesse dar início à vida por seus próprios meios.
Sexto: Por auto-venda. Uma pessoa poderia vender-se, voluntariamente, à escravidão, a fim de escapar à miséria. E mesmo assim, após 6 anos, ela poderia se redimir. Nesse caso, ela não poderia sair de mãos vazias, pois o seu senhor tinha que lhe dar alguma compensação. Muitos se têm proposto a servir ao Senhor Jesus apenas para fugir da vida miserável em que vivem, ou do lago de fogo eterno. Entretanto, algum tempo mais tarde, se redimem da sua servidão ao Senhor Jesus e buscam na lei do mundo o direito de algumas migalhas para começar a viver livremente.
Sétimo: Por meio do rapto. Na lei de Moisés, raptar uma pessoa e reduzi-la à escravidão era uma ofensa punida com a morte. Os irmãos de José se tornaram culpados desse crime e, por isso mesmo, temeram muito as consequências.
Qualquer que fosse a condição da aquisição do servo, comprado ou como cativo prisioneiro de guerra, ele não tinha nenhum direito, somente obrigações. Ora, isso incluía salários ou qual quer tipo de recompensa. Os senhores lhes davam comida, água e tempo para  dormir, apenas com o intuito de recompor suas forças para o trabalho diário. No mais, era só servir. Não havia determinada hora limite de trabalho; ele tinha que estar disponível para servir ao Senhor a todo e qualquer momento.
Jesus só é Senhor dos que lhe servem.