16 outubro 2009

Aborto
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Segundo uma recente divulgação de um relatório do Instituto Guttmacher, cerca de 70 mil mulheres morrem todos os anos vítimas de práticas clandestinas de aborto. Os países recordistas dessas mortes são os subdesenvolvidos da África e América Latina, principalmente, onde a prática é proibida.

Lendo uma matéria sobre o assunto, no Portal R7, lembrei-me do dia em que uma vizinha resolveu confidenciar um segredo: disse-me que havia abortado. Na ocasião, me perguntara o que achava sobre a atitude que ela havia tomado. Ora, se aquela jovem estava me confidenciando algo tão sério, sabendo do risco que corria de ser mal vista por mim, era porque não conseguia mais aguentar aquele segredo só para si. Em sua cabeça, desabafando se sentiria melhor.

No entando, apresentando uma postura totalmente imatura, disse que, na minha opinião, aquilo era totalmente abominável, e que jamais abortaria um filho meu.

Com o passar dos anos, porém, vi o quanto aquela minha posição arrogante havia sido cruel e egoísta para com aquela moça. Quem era eu para julgá-la daquela forma?

Só quem passa por uma situação dessa é que sabe o que deve fazer quanto ao seu corpo. No seu caso, ela devia saber o que estava fazendo.

Muitas mulheres, sem a mínima condição de criar um filho, optam por abortá-los. Algumas, talvez a maioria, sem condições financeiras, recorrem para a prática do aborto clandestino. Destas, nem todas retornam da mesa de cirurgia, falecendo alí mesmo. E isso, em todas as classes sociais.

Não digo que recorrer para a prática do aborto é a melhor forma de resolver um problema. Nem digo que essa é a solução ideal para a falta de planejamento familiar. Mas, se houvesse a legalização do aborto, muitas mulheres continuariam vivendo por deixarem de recorrer a clínicas clandestinas que, sem a mínima condição de higiene e atendimento humanizado, levam essas mulheres à graves infecções, resultando em suas mortes. Muitas vezes, precoces.

A legalização desta prática não resolveria o problema, mas, de certo, diminuiria o número de mortes dessas jovens que apelam para o desespero.

Você pode não estar concordando com o que diz essa mensagem, porém, deve concordar comigo numa coisa: Quem somos nós para julgar alguém?

Um grande abraço.

Jaqueline Corrêa.


Do Blog do Bispo Edir Macedo

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