03 março 2014

Um dia teremos uma Melbourne

A cidade de Melbourne, na Austrália, lidera pelo terceiro ano consecutivo o ranking das melhores cidades do mundo para se viver, segundo pesquisa realizada anualmente pela Economist Intelligence Unit, ligada ao grupo britânico The Economist. A austríaca Viena e a canadense Vancouver estão na segunda e terceira posições.

Nenhuma cidade do Brasil figura entre as 50 primeiras da avaliação. A cada uma das 140 pesquisadas é atribuída uma pontuação para mais de 30 fatores qualitativos e quantitativos em cinco grandes categorias: estabilidade, saúde, cultura, meio ambiente, educação e infraestrutura.

Não é apenas nos índices da The Economist que o Brasil vai mal. No ranking de desenvolvimento humano da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado no primeiro trimestre de 2013, embora tenha crescido nos últimos 20 anos, o País ficou apenas na 85ª posição entre os 187 aferidos, perdendo inclusive para a maioria dos vizinhos de continente.

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O que falta para o Brasil avançar ainda mais e atingir níveis internacionais de qualidade de vida? A resposta é simples: planejar o País a médio e longo prazo e combater com firmeza a corrupção que corrói os recursos públicos como praga. Os governos devem encarar os problemas que afligem o dia a dia do cidadão e agir com energia.

É inadmissível, por exemplo, que o transporte público das grandes cidades brasileiras seja tão deficitário em todos os aspectos. Não dá para aceitar que um exame de mamografia na rede pública de saúde demore de seis a oito meses para ser realizado. Ou ainda que crianças e adolescentes saiam da escola sem saber interpretar uma simples frase.

É preciso um choque de gestão e um despertar das nossas autoridades. Ao governar, os partidos políticos devem ter em mente que são servidores públicos a serviço do bem-estar da coletividade, não do próprio bolso. Infelizmente, é o que temos visto em boa parte dos casos. Os interesses pessoais estão acima dos interesses dos cidadãos.

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