A MMX Sudeste, mineradora de Eike Batista, entrou com pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira na Justiça estadual de Minas Gerais, em Belo Horizonte. O advogado Sérgio Bermudes já tinha informado que a intenção era pedir proteção da Justiça em face dos problemas financeiros que a empresa vem enfrentando.
“Não obstante os esforços da administração na negociação com credores e na busca por potenciais investidores, o pedido de recuperação judicial configurou-se como a alternativa mais adequada diante da situação econômico-financeira da Companhia. A medida visa a preservar o valor da Companhia, sua função social e o estímulo à atividade econômica, atendendo de forma organizada aos interesses de seus credores e acionistas e contingenciando de maneira responsável os recursos existentes em caixa”, informa a nota da empresa.
O Sistema Sudeste é composto pela Unidade Serra Azul e pela Unidade Bom Sucesso, ambas em Minas Gerais. Ontem, a companhia dispensou quase todos os funcionários ligados a operação do complexo minerário de Serra Azul (MG), afirmaram colaboradores. Até a tarde de hoje, 200 demissões foram oficializadas junto ao Sindicato Metabase de Brumadinho, o equivalente a quase metade do quadro de empregados.
— A empresa entra em recuperação judicial por conta da situação geral do conglomerado do qual faz parte. Como as outras companhias do grupo EBX, sofreu os atropelos e contratempos causados pela situação de OGX e OSX — explicou Bermudes.
A unidade de Serra Azul teve suas atividades paralisadas no início do mês passado, quando os trabalhadores entraram em férias coletivas. Desde fevereiro, a lavra foi suspensa em parte do complexo por decisão da Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais. A queda no preço do minério de ferro, que acumula perda de 37% no ano, fechando com preço de US$ 83,90 nesta quarta, seria o principal entrave à operação.
A recuperação, segundo o advogado, incluirá todas as unidades de negócios da MMX, sistemas Sudeste e Corumbá, além do Porto do Sudeste, que tem 65% de participação do fundo soberano de Abu Dabi, o Mubadala — um dos principais credores das companhias de Eike —, e da trading holandesa Trafigura.
O processo será iniciado em Belo Horizonte. Eventualmente, reconhece Bermudes, pode ser transferido para a Justiça do Rio de Janeiro a pedido de algum credor, pois a administração das empresas do grupo X está concentrada na cidade.
Segundo Agostinho Sales, presidente do Sindicato Metabase de Brumadinho, estava prevista para esta quinta-feira uma reunião com a companhia para discutir a situação dos funcionários que ainda não foram dispensados oficialmente.
O Globo
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