O brasileiro tem ouvido com frequência o termo “bolivarianismo” na boca de militantes políticos de direita para acusar o governo da presidente Dilma Rousseff, do PT, de querer implantar o socialismo/comunismo no Brasil. Não se sabe exatamente quem começou com essa desinformação, mas é importante que tudo seja esclarecido para evitar que mais pessoas continuem usando equivocadamente a expressão.
O “bolivarianismo” invocado pelos desinformados nada tem a ver com a trajetória política do líder latino Simón Bolívar. Quem diz isso é nada mais nada menos que a biógrafa de Bolívar, a jornalista peruana Marie Arana. Libertador de diversos países da américa latina do império espanhol, seu nome tem sido utilizado de forma indevida pela aliança socialista instituída por Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela já falecido.
“A apropriação do nome de Bolívar é espantosa, porque ele tinha ideias fortes sobre justiça, esclarecimento popular e liberdade. E a apropriação de seu nome por esta aliança de esquerda e socialista é errada historicamente e inapropriada”, disse Arana em entrevista à BBC Brasil.
Quero chamar a atenção para duas coisas: primeira, a propagação histérica de uma desinformação. O cidadão brasileiro precisa aprender a buscar a correspondência dos fatos em fontes verdadeiras. Alguns cliques na internet já são suficientes para confirmar ou desmentir informações; segunda, o Brasil é um país forte, com instituições fortes, e dificilmente sucumbiria aos desmandos de um ditador disfarçado de democrata, seja ele quem for.
Uma forma disso jamais acontecer é a participação maciça do povo na vida política do país. Cobrar pela transparência dos poderes e fiscalizar a atuação dos eleitos é passo essencial para evitar um mal maior. Estamos no caminho certo.
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